Com informações do blog do jornalista Josias de Souza (http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/):
Paraplégico, o italiano Alberto Torregiani se autodefine assim: “Eu sou a prova viva de que Battisti é um assassino”.
Alberto foi recebido nesta terça (4) pelo primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi. Falaram de Cesare Battisti.
Trataram da decisão de Lula de não extraditar para a Itália o terrorista Cesare Batistti, preso no Brasil desde 2007.
Por sugestão de Berlusconi, Alberto decidiu participar de uma entrevista coletiva em Bruxelas, cidade-sede da Corte Internacional de Haia.
A conversa com os jornalistas deve ocorrer antes do final de janeiro. Nela, Alberto contará detalhes da história que o liga a Battisti.
Horas antes de avistar-se com Berlusconi, Alberto falou à repórter Manuela Franceschini. O resultado da conversa foi pendurado no sítio de Veja.
Ele antecipou parte do que dirá em Bruxelas. Falou sobre uma época em que tinha 15 anos e um sonho.
Disse que militantes do PAC (Proletários Armados pelo Comunismo) invadiram a joalheria de sua família, em Milão.
Passaram nas armas o pai, Píer Luigi Torregiani. Alvejado, Alberto foi à cadeira de rodas. Viu converter-se em pesadelo o sonho de virar jogador de futebol.
A morte do pai, afirma Alberto, foi ordenada por Battisti. É um dos quatro crimes de sangue que levaram a Justiça italiana a condenar o guerrilheiro à prisão perpétua.
Battisti “matou duas pessoas, ordenou a morte de outras duas, destruiu famílias”, afirma Alberto.
“Não consigo entender, não posso aceitar que o governo de vocês diga não [à extradição], algo que diz respeito ao nosso país e à nossa Justiça”.
“Lula gosta de dizer que lutou pela democracia do Brasil”, prossegue Alberto.
“É de se esperar que uma pessoa que diga isso tenha humanidade e respeito pela civilização, o que não aconteceu”.
A incursão dos terroristas do PAC de Battisti na casa comercial dos Torregiani ocorreu em 16 de fevereiro de 1979. Alberto resumiu o que sucedeu:
“Um mês antes, meu pai estava em um restaurante quando ladrões deste grupo assaltaram o lugar...”
“...Foram até meu pai, que estava com seu material de trabalho. Ele se defendeu. Dias depois, um jornalista escreveu: ‘Píer Luigi Torregiani, xerife de Milão’...”
“...E os terroristas sentenciaram meu pai à morte. Passaram as semanas seguintes telefonando todos os dias para o meu pai dizendo que o matariam...”
“...Naquela tarde, fazíamos o que se fazia em todas as outras. Abrimos a joalheria e, quando meu pai estava na frente da janela, alguém o chamou pelo nome...”
“...Meu pai respondeu. Atiraram. Meu pai reagiu atirando, instintivamente. Eu estava no meio dos disparos, fui atingido nas costas. Meu pai morreu...”
“...Não houve diálogo. Não há diálogo. Aquela gente não conversa. Acham que você deve ser eliminado, e te eliminam”.
Nas folhas frias do processo em que Lula apôs o seu ‘não’ sob o pedido de extradição de Battisti, o caso se resume a uma pilha de argumentos jurídicos.
No relato de Alberto Torregiani, as mortes atribuídas a Battisti ganham vida. Descobre-se que os crimes têm carne e, sobretudo, osso.
Vem daí a revolta que inspira as manifestações contra o Brasil. Mobilizam partidos de direita e de esquerda, estudantes e familiares das vítimas.
Nesta terça (4), os manifestantes reuniram-se em várias cidades italianas. Protestaram defronte da embaixada do Brasil em Roma e dos consulados em Milão e Nápoles.
Comento: a extradição deveria ser o único caminho para o Estado Brasileiro no caso de um facínora assassino de inocentes. Contrariando o bom senso, a ética e os vários anos de excelente relação internacional com a Itália, Lula, que tem cidadania italiana em razão de sua esposa havê-la conseguido por laços de sangue, para satisfazer seu séquito de esquerdistas de quinta categoria, optou por dar abrigo em solo nacional a um bandido condenado na Itália e em Cortes Européais de Direitos Humanos por uma série de homicídios. Durma-se com um barulho desse.